Barentsburg é uma cidade que se condensa em si mesma, em meio a neve de uma ilha norueguesa no círculo ártico ela sobrevive. Subsiste ao inóspito. Em um primeiro momento os diretores apresentam a cidade, seus espaços de convivência e seus limites cobertos de gelo. A seguir, uma outra Barentsburg é apresentada, a dos que ali habitam os resquícios do que outrora fora uma mina de carvão e suas dependências. A segunda metade do filme é bem definida, sobretudo pelo olhar dos habitantes em direção a câmera. Inicia-se a descoberta do que preenche aquele vazio branco, cada indivíduo escolhido apresenta o seu espaço de vivência e afetividade. O plano de uma menina com um gato nos braços é seguido por outro em que um trabalhador segura um porco da mesma forma. Essa relação entre os planos sugere que ali é que se dão as relações afetivas, no dia-a-dia, nos locais de trabalho, nas moradias. Em um local tão difícil a vida cresce dentro dos espaços construídos, na música cantada pelo sanfoneiro, na decoração de um rio com muitas plantas em um mural na parede de uma casa, nas relações com os animais. Filmado em apenas cinco dias, Alvorada Vermelha é um documentário sensível a essas diversas formas de relações sociais e ocupação dos espaços, construído de forma leve e despretensiosa.
Alvorada Vermelha faz parte da Competitiva Internacional 4, exibida hoje na Caixa Cultural 1 as 15hs.
Alvorada Vermelha faz parte da Competitiva Internacional 4, exibida hoje na Caixa Cultural 1 as 15hs.
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