Dedilhado (Strumming no Original) é mais que uma panorâmica em 360° por dentro de uma floresta alemã. O movimento dura onze minutos e a floresta aliada a excelente música é o grande trunfo do filme. O corpo que cai no primeiro minuto e que ali continua ao final pode soar como a representação da magnanimidade daquelas árvores e da natureza em si. Imensas, elas dançam sob ação do vento em meio a uma música que parece sob medida para o seu balé. Os longos minutos confundem, a floresta acaba? A impressão é de que o infinito ali se encerra. A fotografia é marcante e quase sombria, consegue passar sensações de frio e o vento parece tomar cor. O contraste do ritmo sonoro com o giro da câmera, associado ao movimento da floresta, incomoda. No debate pós-sessão a diretora argumenta que depois de algum tempo o espectador passa a pensar em outras coisas que não no filme, numa viagem introspectiva. Algum espectador falou em sentimento de angústia, um outro em uma reflexão sobre a condição humana. Falo aqui em uma variedade imensa de experimentações visuais. Tempestuoso talvez fosse um bom adjetivo para descrever tanto potencial natural traduzido em imagem.
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