A história do menino-aranha oscila entre a crítica realidade social e a fantasia das fábulas modernas. Para muitos apenas uma lenda urbana, a história do menino-aranha de Pernambuco alimentou a imaginação de muita gente ao final da década de 90. As proezas do menino escalador, que subia até trinta e três andares, invadindo apartamentos de luxo para roubar dinheiro e jóias, eram acompanhadas diariamente nas páginas policias por cidadãos que no fundo não entendiam o que levava o jovem infrator a ser encontrado na manhã seguinte dormindo desamparado no chão da casa assaltada. Algo que diz muito sobre uma sociedade, incapaz de assistir e compreender jovens infratores que no fundo, querem ou necessitam, apenas de atenção.
Aqui observamos a trajetória de Tiago João, que ainda cedo perdeu a mãe e como muitos aprendeu a sobreviver de pequenos furtos, passando a infância e adolescência entrando e saindo de instituições para menores infratores. Enquanto o público e a mídia acompanhavam perplexos à juízes e autoridades se dizendo incapazes de corrigir o menino hiper-ativo que roubava de mãos limpas.
É nos planos aéreos do documentário de Mariana Lacerda que vemos a plasticidade estonteante de Recife contrastar com a dureza dos depoimentos que reconstroem em forma de denúncia esta história esquecida. É curioso o recurso de omissão de informação de quem é quem ou o que na narração, hábito incomum em documentários que tradicionalmente se apegam ao suposto lugar de autoridade que seus depoimentos tem na construção narrativa. Algo que de certa forma acentua o caráter mítico da história, mas que no fundo confunde o espectador por desmanchar com o anonimato a confiança quanto à veracidade do que é dito, e por quem.
Em todo caso é na incomum opção por imagens muitas vezes abstratas e impessoais que o filme de Mariana Lacerda encontra um lugar de singularidade poucas vezes encontrada em filmes documentários.
Aqui observamos a trajetória de Tiago João, que ainda cedo perdeu a mãe e como muitos aprendeu a sobreviver de pequenos furtos, passando a infância e adolescência entrando e saindo de instituições para menores infratores. Enquanto o público e a mídia acompanhavam perplexos à juízes e autoridades se dizendo incapazes de corrigir o menino hiper-ativo que roubava de mãos limpas.
É nos planos aéreos do documentário de Mariana Lacerda que vemos a plasticidade estonteante de Recife contrastar com a dureza dos depoimentos que reconstroem em forma de denúncia esta história esquecida. É curioso o recurso de omissão de informação de quem é quem ou o que na narração, hábito incomum em documentários que tradicionalmente se apegam ao suposto lugar de autoridade que seus depoimentos tem na construção narrativa. Algo que de certa forma acentua o caráter mítico da história, mas que no fundo confunde o espectador por desmanchar com o anonimato a confiança quanto à veracidade do que é dito, e por quem.
Em todo caso é na incomum opção por imagens muitas vezes abstratas e impessoais que o filme de Mariana Lacerda encontra um lugar de singularidade poucas vezes encontrada em filmes documentários.
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